quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Desapego nostálgico misterioso e fim...

Tema: conto continuado
Por: Rosana Tibúrcio



Ouviu de longe outro toque do celular. Não, não era o celular, era o telefone fixo. E quem hoje em dia tem telefone fixo? Há quantos anos tentava se desapegar daquele aparelho? Perdeu as contas. Não do aparelho, no caso, seu apego era com o número do telefone que tinha cinco cincos no final. Com aparelhos nunca se apegara, já tivera dos cinzinhas comuns, de gatinho vermelho e o atual era um pretinho vintage, maravilhoso. Pode ser que se apegasse àquele atual aparelho. Continuou ouvindo o som do telefone e seu braço não conseguia alcança-lo. Afinal, dormia na parte de cima do beliche. Mais dormindo do que acordado, tentou novamente atender ao telefone e se viu espatifando no chão.

Acordou desesperado, olhou para o criado-mudo e, em cima dele, havia um relógio que marcava 16 horas e um jarrinho de flores silvestres que ganhara ontem do seu crush. Aquele lindo que, em poucas horas, descobriu a sua ligação com o passado, seu medo de desapegar das lembranças ruins da vida, retratada na única foto da sua infância de beliches, dos caldos ralos de pés de galinha, das ruindades adultas. Aquele lindo que lhe apresentou ao novo mundo do instagram e que, antes de dormir, lhe desejou um boa-noite carinhoso, via mensagem direta. 
Sorrindo percebeu que tivera um pesadelo.
Rasgou a foto!  

Um restinho de quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas sempre tem algo diferente no ar e hoje temos uma viajada legal... Aproveitem. Ou não!!!


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Desapego nostálgico misterioso

Tema: Conto Continuado
Por: Nina Reis


Sem entender nada, esfregou os olhos mais uma vez, na intenção de tentar decifrar o tal enigma.
Quem disse que conseguiu? 
O ronco da barriga era mais forte que sua curiosidade.
Ignorou tal mensagem, esquentou o leite e foi devorar o pacote de biscoito que estava pela metade, mas quem comera a outra metade?
Foi então que o telefone tocou e para sua surpresa o número estava desconhecido, logo desligou e de imediato se arrependeu. 
Como conseguir pregar os olhos com a cabeça confusa, tentando decifrar o biscoito pela metade, a mensagem maluca do instagram e quem estaria ligando aquela hora da madrugada.



(continua...)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Desapego nostálgico

Tema: Conto continuado
Por Rafael Freitas

A culpa só podia ser daquelas hashtags. Deveria ter prestado mais atenção no conselho daquelas duas amigas: use apenas duas ou três, que sejam divertidas, não precisa colocar um caminhão delas em dois idiomas diferentes e ainda no singular e no plural. Aff.

Mas agora não adiantava e, naquele horário, não seria a cunhada nem aqueles dois amigos (que preferiam evitar as habituais marcações quando as postagens eram consideravelmente comprometedoras. Deus salve a discrição e o bom senso!). Esperou uns segundos para o susto passar, coçou os olhos e destravou a tela. O remetente era desconhecido, uma combinação de consoantes no nome de usuário, mais parecendo uma abreviatura de órgão público, e uma imagem abstrata onde deveria ter uma foto. Tudo muito misterioso, inclusive a mensagem que dizia:

_ 16h. Atrás da árvore solar. Traga as patas de galinha.
Ass: A flor silvestre que perfuma os campos.



(e continua... )


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Desapego

Tema: Conto continuado
Por Laura Reis

Eram 3 da manhã e ainda não tinha pregado o olho. Detestava a expressão "pregar o olho". A gente não prega, a gente fecha. Antes desse episódio, estava se questionando por, pelo menos meia hora, todos os possíveis motivos que o levara a estar ali, naquele beliche, naquele apartamento minúsculo, morando com aquelas três pessoas de quem nem ao menos sabia a opinião sobre biscoito ou bolacha. Ele sabia que era biscoito.
O celular apitou acusando uma mensagem direta no Instagram. Quem manda mensagem no Instagram?

(continua amanhã, peraí rapidão...)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Um seriado para... Parte 5. Não, pera...

Tema: top 5 rapidão
Por: Rosana Tibúrcio

Quer se emocionar? Veja Grey’ Anatomy
Quer rever uma série? Reveja Desperate housewives  
Quer esperar ansiosamente pelo próximo episódio? Veja Homeland
Quer pegá um personagem pra chamar de seu? Veja Ray Donovan
Que se distrair MESMO? Veja Moderny Family

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Um lindo restinho de quinta-feira para vocês, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há a louca das séries... E você que é feio??? 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Um seriado para ... tem nada disso aqui não

Tema: top 5 
Por: Nina Reis  



Se for dar continuidade aos posts, apenas falarei de Friends, porque, quem me conhece bem sabe que foi meu único seriado da vida. Luto eterno! Tá bom, exagero!
Esse ano prometo iniciar algum ou alguns.


Aproveito para fazer top de posts, é o que temos pra hoje.

Quer ler um texto inteligente, daqueles de sentir inveja? Leia os posts de segunda-feira

Quer se surpreender com tamanho romantismo? Leia os posts de terça-feira

Quer se divertir e se perder em rimas? Leia os posts de quarta-feira

Quer uma leitura detalhada sem um errinho de português? Leia os posts de quinta-feira


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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Um seriado para... PARTE II - NÃO VAMOS FALAR DE FRIENDS

Tema: Top 5, rapidão
Por Rafael Freitas



Quer reviver dramas adolescentes embalados por muitas músicas, legais ou não? Veja Glee.
Quer ficar confuso com muitos nomes e situações políticas complexas viciantes? Veja House of Cards
Quer esperar ansiosamente pelo próximo episódio? Veja Game of Thrones.
Quer amar OITO personagens? Veja Sense8.
Quer um seriado para assistir mais de uma vez e ainda assim ter novas perspectivas da história toda em cada episódio? Veja Sex and the City.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Um seriado para...

Tema: Top 5, rapidão
Por Laura Reis
Quer se emocionar? Veja Parenthood
Quer acompanhar altas aventuras? Veja Desperate housewives
Quer esperar ansiosamente pelo próximo episódio? Veja How to get away with murder
Quer amar um personagem? Veja Better call Saul
Que se distrair MESMO? Veja Unbreakable Kimmy Schmidt

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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Do "bêbê"

Tema: banco
Por: Rosana Tibúrcio


A primeira vez que fui a um banco eu era bem novinha; fui pagar uma taxa qualquer. Estranho é que do valor e do quê, não me recordo, mas da sensação que senti sim e de todos os pensamentos que me vieram à cabeça: fiquei adulta; consigo pagar uma taxa; não estou me atrapalhando na fila; vou trabalhar aqui um dia.

E das filas que atualmente detesto, fiquei bem feliz naquela tão demorada, pois pude observar "meus futuros colegas": as roupas, a postura, a confiança dos gestos, o jeito de pegar nos papéis, de lidar com as máquinas de somar e escrever. E pensava mais: vou passar num concurso, não vou ter dificuldade de trabalhar aqui pois sou muito boa pra somar e datilografar. Vou ser bancária pro resto da vida, me aposentar nesse banco. Afinal, um dos melhores empregos àquela época era ser bancária daquele banco específico. O Banco do Brasil era um pai pra seus funcionários.

Quando chegou minha vez, fui muito bem atendida no caixa. Ao terminar o atendimento trocamos agradecimentos e me despedi com um "até mais colega." O caixa, de quem nunca me recordei a fisionomia, me sorriu meio espantado e não disse nada.

Anos depois, realizei aquele meu sonho e fui trabalhar no BB; naquela agência apenas quase sete anos depois. Nunca descobri quem foi o caixa que me atendeu e poucos colegas souberam do ocorrido...

Passado mais alguns anos descobri que não há pai bom em meio a tanta grana, poder, politicagem e falcatruas. O sonho de me aposentar bancária foi substituído por uma demissão "voluntária". E hoje, quando volto às filas daquele mesmo banco, sinto saudade do meu sonho de juventude, de alguns colegas, clientes e serviços... e nenhuma saudade do clima tenso que existe por detrás daquelas bancadas, mesas, terminais e cobranças.

O que sinto de mais forte nessas horas é orgulho de ter trabalhado naquele banco por mais de quinze anos e certeza de que sonho bom é sonho realizado.


Uma linda quinta-feira para todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade do meu Banco querido... 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

E ser livre é coisa muito séria*

Tema: Banco
Por Rafael Freitas

Saiu do banco e caminhou para a praça de bolsos cheios.

Sentou-se num banco e observou os pombos, num vôo livre e despreocupado que era como uma alegria que ele não tinha.

_ Pois é, pombinhos. Posso ter os bolsos cheios, posso ter tudo, mas uma liberdade como essa eu não banco.



* Da música L'avventura, Legião Urbana.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Do que não muda

Tema: Banco
Por Laura Reis

Acabara de pousar em sua nova cidade. Ficaria ali tempo suficiente para aprender novos costumes, aperfeiçoar o sotaque há muito perdido, conhecer gente nova, conhecer ainda mais gente nova, sentir uma saudade danada do que deixaria para trás e se cansar mais uma vez de todo aquele “novo de novo” que tanto buscou.

Depois de mal falar o homem que andava calmo demais para um centro de cidade tão movimentado e observar a moça bonita sorrir enquanto olhava o celular, sentou-se no primeiro banco que avistara, assim que pisou na praça. Do outro lado, um menino olhando para os próprios sapatos, aparentemente muito concentrado em alguma questão ingenuamente filosófica para sua pouca idade.

Lembrou-se que anos atrás, lá em sua cidade, havia sido interrompido por uma senhora de idade, num momento tal qual aquele menino se encontrava. A velhinha lhe dizia para correr atrás dos pombos e esperar que eles voltassem para então correr atrás mais uma vez e se divertir com isso mesmo, em vez de ficar ali estagnado. Hoje se sentia como aquela senhora: urgente em fazer o pobre menino cair em si e entender de uma vez por todas que pensar demais pode nos fazer viver de menos.

Com meio segundo de pensamento, optou na verdade por não interferir naquele momento que, mesmo ainda não parecendo, com certeza deveria fazer parte de algum importante processo de formação de ideia da pequena mente do menino pensante. Mas antes de se dar conta, fora interrompido por um jovem senhor que cutucou a criança enquanto esbravejava um “Vá brincar, moleque!”.


Certas coisas nunca mudam de endereço, pensou. Que venham novos velhos ensinamentos, então.