segunda-feira, 25 de abril de 2016

“Então, meu amor...”

Tema: Acordei onde?
Por Laura Reis

Ainda estava escuro, mas uma fresta da janela, acima da cama, revelava que já era dia. Me lembro de me despedir de minha namorada, em pensamento, depois de ler sua mensagem de boa noite, tomar meu Engov e sonhar pelo menos dez sonhos diferentes. Estava com o peito apertado que acompanha aquele sentimento de desconhecer hora, dia da semana e até lugar em que se acorda.

Olhei pro lado e reconheci o vestido colocado na cadeira, aparentemente com muito cuidado. Mas nada não havia nenhum barulho conhecido e o travesseiro ao meu lado estava vazio. Procurei o celular por perto e só avistei uma luz piscando lá na mesa que amparava o meu terno. Não me lembro de estar de terno, mas sei que aquele era pra ocasiões muito importantes. Me esforcei pra levantar, mas tinha tanto peso em minha cabeça, que não consegui.

Num salto, me assustei com o barulho da maçaneta da porta que revelava uma luz extrema vindo de fora do quarto. Sem enxergar direito e ainda sem entender onde estava e quem entrava no quarto, respondi o bom dia entusiasmado vindo atrás de uma bandeja. Avistei um buquê de flores no criado-mudo do outro lado, onde também tinha uma foto de um casal que parecia eu... e minha ex-namorada.

Ela se sentou na cama, com um sorriso enorme no rosto, limpando minha baba de sono e rindo do meu suposto bafo de uísque amanhecido. Na bandeja, panquecas com uma calda de chocolate dizendo “ENFIM NOIVOS!” e pela porta, seus pais e irmãos entrando cheios de sorrisos e batendo palmas. Só consegui pensar em como é que explicaria pra minha namorada que fui àquele casamento de amigos distantes e, aparentemente depois de vários copos de uísque, pedi minha ex em casamento?

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