quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jardins de infância

Tema: jardins
Por: Rosana Tibúrcio
Fotógrafo: Valter  

Minha memória de infância é um tanto teimosa e me foge mais que vem. Mesmo assim, tenho a sensação de que vivi parte de minha criancice nos jardins da Avenida. Da Avenida Getúlio Vargas. Daqui de Patos, cuja foto revela um pouco desses jardins.

Vivi nesses jardins aquela parte boa da infância, as sensações das lembranças são boas. Portanto...
Eu me recordo das brincadeiras de passar anel, de auditório: quem canta melhor e sabe qual música? Cantava pior, mas sabia todas as músicas. E achava que sabia até dar uns passinhos cadenciados no ritmo das canções.

Coisa boa é a inocência. Nada macula a crença que uma criança tem de seu poder; desde que ela não exponha essa crença aos iguais. Crianças são maldosas. As outras, você nunca!!!
Eu não dizia, mas sabia que sabia dançar e que sabia todas as letras. A última parte eu garanti por muitos anos, sabia mesmo; a primeira, os anos me provaram que não. Não tenho ritmo algum. Mas tinha: no meu querer.

Nos bancos do jardim da Avenida construí meus primeiros sonhos e solidifiquei a base da observação do outro, as observações que começaram na Igreja e que contei no post anterior. Nesses bancos eu pude ser soberana e condutora de minha história e sonhos. Em meio às brincadeiras com outras crianças, mesmo quando eu não era a “vencedora” ou a que se sobressaia, fiz meu mundo do jeito que quis.

Nesse tempo, nesses bancos e nesses jardins eu fui grande e forte, a melhor de todos, mesmo sabendo que minha maior proeza, para além de saber todas as letras das canções, foi subir no assento do banco, depois em seu parapeito, respirar fundo e pular na grama.
Pular desses bancos era pra mim uma proeza comparada ao pulo de um paraquedas. E eu que nunca pulei de nenhum deles quase posso afirmar que a sensação era idêntica: liberdade, coragem e poder...

Amo os jardins dessa Avenida porque eles me deram a certeza de que posso sonhar o que quiser pra mim, acreditar no que quiser. E registrar. Primeiro, numa daquelas gavetas boas da memória e da saudade; depois, aqui no Guaraná.


Uma linda quinta-feira pra todos vocês minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há uma viagem às lembranças de minha infância, misto de nostalgia, esperança e saudade. Saudade da criança que quis ser adulto feliz.

23 comentários:

  1. Eu vivia na pracinha que fica atrás da Catedral.

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  2. lá é o lugar mais tranquilo e bom pra se conversar, pra mim.

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  3. a Getúlio Vargas é sem sombra de dúvidas a av. mais bonita de patópolis.

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  4. Taffa, atrás da Catedral eu não ia muito, sabia? minha avó morou e minha tia ainda mora em frente a essa parte da foto. De lá pro lado do PTC era onde eu mais ia, porque a minha outra Tia morava em frente àquele que tem escorregador de ladrilhos, sabe qual?

    Atrás da Catedral era perigoso, diziam, não sei o motivo. Será que estou inventando coisa? Preocupei, agora... rs

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  5. Gente, vou mesmo escrever um livro sobre minha infância. Vida. Me aguardem... rs

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  6. Gente, vou mesmo escrever um livro sobre minha infância. Vida. Me aguardem... rs

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  7. Eu já escorreguei demais naqueles ladrilhos, hahahahah. Todo desfile das fanfarras das escolas eu gostava de ficar lá de cima olhando.

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  8. Atrás da Catedral às vezes aparecia um ou outro elemento estranho. Mas eu não ia lá à noite, só de dia e em horários movimentados.

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  9. Amo os jardins da Av. Getúlio Vargas.
    Boas lembranças.
    .
    .
    Gosto do escorregador de ladrilhos e confesso achar sombrio a praça atrás da Catedral.
    .

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  10. Queria ter conhecido a senhora pititinha ... hahahah
    e cantando
    e dançando
    e saltando do banco

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  11. mas genteee
    cada um de nós tá com um tema diferente!
    porran

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  12. essas sensações de liberdade, com coisas que aparentemente são pequenas é bom demais.

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  13. eu nem brinquei nessas pracinhas =(


    [ou brinquei?]

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  14. e sim, a pracinha deepois da catedral é mais tranquila mesmo. acho que eu ficaria de lá.

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  15. é, ela tem um ar de sombrio também.
    fiquei com medo.

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  16. e mãe, por favor, escreva um livro sim.

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  17. Marina, se você me conhecesse criança, ia zombar de mim. Você é má... hahah

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  18. Então, a pracinha do Taffarel era meio que um lugar proibido, sei lá... Nunca íamos lá, só de passagem.

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  19. Ou pra namorar escondido... hauahaushsh
    Eu não, eu era uma santa!

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  20. Queria ter conhecido a senhora pititinha [2]

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  21. Alguém sacou meu título.
    Ainda há esperança no mundo, meu Deus.


    Olha,foi duro aguentar... rs

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