quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dele, de mim e do céu

Tema: cor combina com 
Por: Rosana Tibúrcio
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Prólogo
- Mamita, sobre o post dessa semana, nem preciso dizer a cor que te indico, porque não imagino, pra você, outra cor sem ser o vermelho.
- Então tá, respondi à Marina, um tanto vermelha... Como assim, ninguém ousa me sugerir outra cor?

É, mas fazemos par: o vermelho e eu.
Porque fico bem com ele, porque está associado ao meu signo, porque, porque... inesgotáveis porquês. Muitos desses porquês eu disse neste post. Sim, eu gostaria, se fosse uma cor, de ser o vermelho. Mas me pergunto sempre quando começou esse romance: vermelho e eu

Talvez tenha começado com o esmalte sangue areia que eu usava, quando adolescente, e que provocou um comentário bem cuti cuti do primeiro namoradinho: você fica linda de esmalte vermelho.
Não, talvez não, talvez tenha sido quando eu descobri que o vermelho representava o meu signo: escorpião e que, não só, que o vermelho era a cor da paixão.
Ou quando, sozinha, percebi que de todas as rosas – porque “rosas” eu trago no nome –, as mais belas eram as vermelhas.
Ou quando me peguei usando só escova vermelha, desde sempre e sem um porquê...
Talvez, quem sabe, por aquela história boa de recordar quando um ex-amor dizia: você fica linda de vestido vermelho, por que não usa sempre?


É, não sei e não saberei mesmo quando tudo começou, sei que o vermelho representa muito do que penso da vida, dos gostos e de pessoas: quem gosta de tudo, não gosta de nada. Eu prefiro ser aquela que se identifica, que briga, inclusive, pelo vermelho, do que alguém que “ahhh, gosto de tantas cores...” Aqui ó, bando de gente frouxa, volúvel e nada a ver (sim, baixou uma Paulinha em mim agora e, também, uma vontade de escrever “haver” hihihihi).
Tudo bem que o céu vermelho não seria tão bonito, como ele é com o azul. Reconheço.
Só que, por outro lado, mais lindo o céu fica, ao final da tarde, quando tá lá o vermelho em meio e se sobressaindo às cores: amarelo, laranja, violeta, azul, cinza...
Essa é a hora, minhas gentes, de grandes decisões, atitudes e revelações. Seja lá o que você fizer debaixo do céu com essa cor, tá perdoado, aplaudido, quiçá invejado. Eu juro, minhas gentes. Sei das coisas.

A minha sorte é que fiz esse texto chinfrim debaixo dum céu assim!!!

Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há um misto de atraso, vergonha e labirintite, tudo, tudo me deixando vermelha de um jeito que, acreditem, não gosto.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fico com a segunda


Tema: cor combina com
Por Nina Reis

Hoje preciso roubar a cena e fazer com que quarta também tenha algo diferente no ar. Ninguém além de mim (até o momento) recebeu duas cores e não é pegadinha, apenas uma coincidência.
A primeira cor veio com tudo esse semana. Ela tem destaque na sala de visita ou na de TV. Na cozinha ela abre o apetite e no meu quarto ela colore algumas canecas da minha coleção. Ahh não posso deixar de dizer que ela tem sabor de amizade e lembra o Rafa e o André e obviamente me lembra o post de ontem também.
Só que depois do post de ontem, pra não ficar repetitiva falando da cor laranja, pedi para o Rafa me dizer uma outra.
Essa segunda me lembra infância, me lembra os olhos de alguém especial, me traz paz, tranquilidade, me deixa harmônica e até hipnotizada. Ela se destaca em vários tons, sendo parceiro do marinho, celeste, cobalto, esverdeado, turquesa, caribe, inverno e até do bebê. É radiante, transparente e é de encher os olhos d’água. Particularmente a cor azul-piscina é uma das cores mais lindas que conheço.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Desculpas para uma cor

Tema: cor combina com
Por Rafael Freitas

Sim, admito: você não é minha cor preferida. Só vejo você no meu guarda-roupa graças àquele cardigã velhinho. Você com aquele seu primo, o vermelho. Ah, é um belo cardigã!

A começar daí, percebo como tenho sido injusto...

Sempre gostei, é fato, quando você é combinada com azul. É tão divertido que sempre penso em fantasias de palhaço com esta padronagem: você de fundo para enormes bolas azuis, como eu pintava na escola.

Você está naquela flor ornamental que mais gosto, a ave-do-paraíso. De novo ao lado do azul, mas num tom mais escuro, quase roxo.

E se você se envergonhar e ficar mais vermelha, vai mudar seu nome para Coral e ter a cor das rosas mais bonitas. Aquelas que têm no jardim ali da praça, que me enchem os olhos de beleza e me ensinam todo dia o que é ser feliz de verdade.

Nem posso negar como você é alegre, extrovertida, animadora! Dizem que estimula a criatividade, as boas ideias, a comunicação. E embora fosse indicada pelos peritos de decoração para salas de visitas, de jantar ou escritórios, eu deveria ter te colocado no lugar daquele azul do meu quarto (mas é que eu andava precisando de um pouco de calma; juro!).

Mas o que mais gosto em você é que é a cor preferida de um grande amigo. Dos melhores. Aí, a amizade pode ser laranja. Solar, alegre, estimulante! O par perfeito para quando eu estiver azulzinho.
Se eu tivesse ouvido a Rainha dos Baixinhos, eu saberia disso há muito tempo. Ela sempre esteve certa naquela música que diz que laranja tem sabor de amizade. Eu não discordo. E aí, você passa a ser a cor mais importante da minha vida.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

não, meu amor.

Tema: cor combina com 
Por Laura Reis


- tá, então a gente pinta essa parte também..
- não sei.. parece que ela não precisa ser tão chamativa
- mas não necessariamente pintar significa chamar atenção, né?
- é, pode ser...
- até porque com essas rendas e pérolas e esse papel de parede cheio de arabesco, não precisa de mais nada pra chamar a atenção, é só pra complementar mesmo..
- é, eu tava pensando mesmo numa coisa mais sóbria..
- não sei se eu diria sóbria, talvez elegante, requintado. até aquela palavra que ce adora: retrô (risos)
- ah, ainda bem que me lembrou.. reservei uma mesa pra gente naquele restaurante superchique que você sempre quis ir..
- hm... que delícia, a gente pode tomar um vinho e..
- isso! isso! essa é a cor!
- vinho?
- nãão, meu amor, bordô. vinho b-o-r-d-ô.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Naquela estação

Tema: descrição de um (a foto de um) desconhecido
Por Taffa

Flickr

Ela estava numa rua qualquer, próxima à estação do metrô. Imagino que o clima estivesse bem frio, pois visivelmente estava empacotada da cabeça aos pés. Seus pés devem ser miúdos, aliás, similares aos de gueixas. Brancos e pequenos, mas que suportaram caminhar por todo o tempo de uma vida. Arriscaria dizer que tem por volta dos setenta anos, se não mais, porque possui nos olhos uma doçura e expressão tão intensos que só alguém que tenha visto de quase tudo nesta vida seria capaz de demonstrar.

Ela sofreu muito, acho. Possui marcas fundas ao redor dos olhos. Também diria que chorou bastante, não apenas pelos seus próprios problemas, mas também tomando a dor de outros. Atitude caridosa e de uma mulher benevolente. Possui a estatura baixa e corpo frágil, mas o coração é forte e robusto. Usa óculos porque já não enxerga como antes e a armação foi um presente que ganhou há muitos e muitos anos num de seus aniversários.

Hoje é viúva, mas foi casada por muito tempo. Deve ter duas filhas, ou melhor, três. Todas meninas, contrariando a vontade do pai, que sempre quis um rapaz só para levar consigo aos jogos do time do coração. Também trabalhou, dentro e fora de casa. Tem um olhar que demonstra a sabedoria de quem já comandou dezenas, quiçá centenas de trabalhadores numa multinacional. Aposentou-se no mesmo ano em que o amor da sua vida a deixou. Nessa época teve ajuda de seus entes, os mesmos que auxiliou em todos os momentos e isso a deixou em paz: imensamente feliz.

Acordou hoje e saiu às ruas porque se lembrou que na última semana de junho faria aniversário de casamento. Seguiu pelo caminho que fez naquele dia frio e nublado, até deparar-se com a mesma estação do metrô e olhar demoradamente a escadaria. Lembrou-se do homem educado que a ajudou a encontrar o caminho de casa, pois era nova naquela parte da cidade e lacrimejou ao perceber que mesmo naquele frio, ainda sentia o seu cheiro. Fechou os olhos, fez uma oração e esboçou um sorriso. Olhou pra cima, viu a neve caindo e logo voltou a caminhar.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

De coragem e decisão

Tema proposto: descrição de um (a foto de um) desconhecido
Por: Rosana Tibúrcio

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Ela nem era tão medrosa assim, constatou. Até então fugia mesmo de cachorros, gatos e passarinhos.
Deu um grito tão alto, alardeando sua coragem, que o bichinho fugiu sem que Carolzinha percebesse.
Chegaram os adultos, assustados, querendo saber o porquê daquela gritaria - de acordar a vizinhança - disse o pai, o mais bravo.
- É que peguei um bicho, é que tenho muita coragem e precisava contar pra todo mundo, mas ele se assustou  e fugiu, completou Carolzinha.
Em resposta, ouviu uma risada única: de muitos tons.

Não perderiam por esperar. De onde veio, tinha tantas...
E Carolzinha ficou à espreita. Haveria outra oportunidade.
Nem bem deu uma hora e ela chegou sorrindo junto a todos e disse, com as mãos em concha: vejam só se sou ou não corajosa, olhem o bicho que peguei. Abriu as mãozinhas e dentro havia uma joaninha morta.
Mais risadas, ela ouviu.

Carolzinha voltou de onde veio e soluçando pensou como foi triste desejar provar sua coragem à custa da vida do único bichinho que não lhe causava medo algum.
Nunca mais enfrentaria seus medos... se pra isso precisasse machucar alguém... decisão que ela tomou, cheia de coragem.
Carolzinha voltou a contemplar as outras joaninhas.
E só!


Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há uma pequena amostra do sofrimento que esse tema me provoca. Ou uma amostra de uma historinha (essa eu acabei colando de lá) "pode ser que sim, pode ser que não tenha ocorrido", que conto no meu outro blog. Aguardem liberação... 
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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Detalhe da rotina


Tema: descrição de um (a foto de um) desconhecido
Por Nina Reis



Isabela é uma jovem que vive da rotina, se apega a pequenos detalhes e é muito feliz assim. Nas quintas-feiras, sempre acorda às 7da manhã, toma café preto, come um misto quente, coloca fruta e barrinha de cereal na tapawer e coloca sua sandália mais confortável. Pega o carro, vai pro trabalho, cumprimenta a todos que encontra até chegar à sua mesa, faz tudo que lhe foi pedido e espera, ansiosa, a hora do almoço para colocar a fofoca em dia com sua melhor amiga. (há três anos elas seguem esse ritual).
Volta pro trabalho, aproveita pra encher novamente sua garrafinha de água e ali fica até as 17 horas, trabalhando feito doida. Haja paciência.
Chegado em casa, sente o cheirinho de limpeza (porque contratou uma faxineira que vai lá toda quinta), troca de roupa, vai pra academia e aproveita pra ficar paquerando seu vizinho de prédio. Passa na padaria, compra pão pro dia seguinte, passa na floricultura compra a rosa mais linda pra repor a que está no vaso e, voltando pra casa, toma aquele banho de 2 horas, com direito a esfoliação corporal e hidratação nos cabelos, afinal, no dia seguinte, tem balada e seus cabelos precisam estar lindos.
Terminando o banho, é hora de ler seus emails pessoais, curtir o que achar interessante no facebook, twittar o necessário e jogar conversa fora no msn. Entre uma coisa e outra, ela aproveita pra fazer uma sopinha de legumes e comer dois tabletinhos de diamante negro, seu chocolate preferido.
Escova os dentes, termina suas coisas na internet, deita em sua cama limpa, abre o Minuto da sabedoria, faz sua oração e vai dormir, porque no dia seguinte ela acordará às 7horas da manhã e provavelmente fará muita coisa parecida com que fez na quinta-feira.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O sonho de Lucas

Tema: descrição de um[a foto de um] desconhecido
Por Laura Reis

we♥it



Seus pais tinham exatos vinte e dois anos quando o tiveram. Depois do susto, afirmaram: nunca mais uma nova cria! Foi surpresa. Tristeza. E só alegria depois do primeiro ano de idade. Lucas recebeu nome de santo, não porque seus jovens pais acreditavam nisso, mas porque o avô pediu. Parece que há muitos anos foi esse o nome que ele deu ao seu amigo imaginário. Ou qualquer outra história curiosa assim.
Apesar da felicidade repentina do primeiro ano de Lucas, seus pais se separaram após três anos meio de relacionamento. A mãe decidiu ir pra fora do Brasil e o pai não queria continuar o casamento assim, de tão longe. Nem podia abandonar a empresa do pai que lutara tanto para manter. Lucas viveu, então, com o pai. A mãe, diferente das outras mulheres, não sentia que o sol brilhava tão mais assim, depois da experiência materna. Então, tudo bem.
Lucas era filho único, mas tinha mais de cinco primos. O que fez dele um menino cheio de atividades. Quando fez sete anos deu seu primeiro beijinho numa menina. Se apaixonou por ela porque ela tinha um rabicó de sua cor preferida: verde. “E todas as meninas chatas usam só rosa e rosa e rosa!”.
Desde criança ouvia rock clássico progressivo, porque seu pai tinha um monte de CDs em casa. Não tinha conhecimento disso, mas estava, ali, absorvendo muito do que gostaria pelo resto da vida.
Por vezes, teve muita vontade de ir ver a mãe. Fez isso apenas duas vezes, uma com treze anos, na época em que começou a andar de skate e ela lhe presenteou com um tênis supermaneiro. Noutra vez com seus dezenove anos, quando teve a primeira briga feia com o pai e decidiu morar sozinho.
Depois da volta, passou por perrengues, aprendeu a se virar, teve cinco namoradas, quase se casou. Quando terminou com a última mulher, numa briga feia no meio da rua, deixou o cabelo crescer um pouco e foi ver a mãe. De novo.
Na volta, foi visitar o avô e encontrou seu pai com uma nova namorada. Nunca o tinha visto com alguém. Pediu educadamente que ela se retirasse e os dois brigaram muito. Foi embora e chegando em casa, pegou The Wall, colocou no último volume e dormiu. Sonhou muito. Sonhou que sua mãe usava um rabicó verde e lhe dizia pra tomar cuidado e, em seguida morreu, no meio da rua. E ali ficou, no asfalto. Depois lhe fizeram aquele seu skate de quando tinha 13 anos de travesseiro. Daí acordou.




Ps.: LEIAM MEU POST DE SEG..SÁBADO, GENTE! 

sábado, 18 de junho de 2011

Vários deles.

Tema: meu primeiro amor

we♥it

Meu primeiro amor de infância foi o motivo pelo qual eu fiquei feliz em me machucar alguma vez na vida. Não aquele machucar de coração, o físico mesmo. Nós nos trombamos enquanto um descia e outro subia o degrau da escolinha e ficamos, os dois, com galos enormes na testa.
Meu primeiro amor platônico foi a razão de todos os meus escritos durante a adolescência. Sempre contei detalhadamente em meus diários como, naquele um ou dois anos, ele me cumprimentava de forma simpática, sempre ao lado de sua namorada e seus amigos populares do colégio.
Meu primeiro amor de verdade foi em quem dei meu primeiro beijo e com quem, pela primeira vez, mantive um relacionamento denominado namoro. Tinha os seus perrengues e não durou muito, mas primeiro beijo é quase mágica.
Meu primeiro amor errado foi um dos poucos motivos pelos quais eu provei o doce amargo sentimento de ser aquela que está ali quando a oficial vai embora e de, depois de trocar beijos e carinhos, ser ignorada.  Quase masoquista.
Meu primeiro amor de universidade foi a razão pela escrita de mais de metade das minhas Bobagens importantes e foi com quem aprendi muito do que sou agora, pra quem dediquei grande parte das músicas que ouvia e dos bons pensamentos que tinha.
Meu primeiro amor pra vida inteira foi com quem eu definitivamente pensei em criar laços mais fortes, porque passei por momentos tão cotidianos e naturais, que, sei lá, o resto da vida parecia natural.

Minha conclusão pós tantos primeiros amores distintos é o fato de que, com o passar deles, pude me conhecer tanto e tão profundamente que, veja bem, me sinto pronta pra viver tudo de novo. Será?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Amores possíveis

Tema: Meu primeiro amor
Por Taffa

Eu não tive apenas um primeiro amor, mas dois: um hétero e um homo. Sou da turma dos retardatários e só fui me apaixonar mais tarde, aos dezoito anos, por uma garota que na época era da minha sala na faculdade. Lembro muito bem de como tudo aconteceu: a primeira vez que a vi, o sorriso discreto que me encantou, os cabelos vermelhos tingidos e enrolados num coque logo acima da nuca e aquele olhar, sim, olhos que me encantaram desde o primeiro momento em que me deparei com eles.

De início não houve nenhuma grande afinidade, era um em cada canto. O meu encanto já existia, porém eu era tímido demais pra tentar alguma coisa. Através da música, pensamentos parecidos e conversas cheias de gargalhadas, nos aproximamos. Essa intimidade me trouxe mais dor a prazer, pois descobri nela uma menina apaixonada pelo namorado, mas machucada por diversas coisas que, embora contribuíssem para que aquele relacionamento ruísse, ainda não eram o bastante e ele continuava de pé.

Por um ano e meio guardei comigo o sentimento, representando sempre uma imagem de amigo, guru, confidente e porto seguro. Nossa ligação foi intensa, forte demais eu diria, e isso fez com que o que eu sentia se transformasse em algo fraterno. Numa noite contei pra ela toda a minha história e o meu sentimento e ela me assumiu que já sabia, mas gostava tanto da minha companhia que optou por não perdê-la, fechando assim, o nosso laço de amizade num contexto muito superior a tantos outros que já tive.

Depois disso passei algum tempo sozinho, me reorganizando. Não tive um período de confusão mental, o que normalmente antecede a aceitação própria no mundo homoafetivo, mas me orientei, tomei atitudes e posições e resolvi embarcar nisso que, assumo, há muito me atiçava a curiosidade. Tão bem me encaixei neste universo que logo comecei um romance com um rapaz dono de um sorriso franco e aberto. Nos encontramos numa noite qualquer e logo de cara tivemos uma química tão intensa que, depois disso, permanecemos extremamente grudados, nos separando somente muitos meses depois. Com ele eu vivi o primeiro grande romance da minha vida. Amor mesmo, consentido. Daqueles onde é sempre fácil agradar e ganhar um carinho e os momentos juntos ficam eternizados não só na memória, mas conseguem ir mais além e penetrar no fundo da alma.

O meu rompimento com esse segundo-primeiro-amor aconteceu de forma abrupta e com a mesma intensidade que ele havia começado. Hoje consigo assumir que isso me deixou deveras amargurado, pois na época eu sofri e refleti pensando se tivesse cometido um grande erro, ainda tentando encontrar uma forma de contorná-lo. Mas o tempo trouxe pra mim a maturidade de compreender que nós devemos ser mais ponderados e sempre dispostos às situações. Hoje continuo solteiro, sem amores em vista, mas não estou desolado e sim em paz, apenas aguardando o momento certo para fechar este ciclo e começar toda uma história, de peito aberto, mais uma vez.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pra sempre na lembrança

Tema: meu primeiro amor
Por: Rosana Tibúrcio
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Primeiro ato: diálogo entre mim e uma pessoa que não vem ao caso.
- Qual o tema do Guaraná, nesta semana, Rosana?
- “O meu primeiro amor” e tô ferrada, sei lá o que vou escrever. Tô mais pra “meu amor de anciã”
- Palhaça. Quando alguém conversa sobre o “primeiro amor” do que você se lembra, de imediato?
- Do meu primeiro amor, claro.
- Ué, escreva então sobre ele. Nada mais autêntico.
- ãhãnnn, Claudia, senta lá.

Segundo ato: fragmentos de uma história
Não sei quando vi pela primeira vez o meu primeiro amor.
Mas sei como me senti ao dizer pra mim mesma: é ele. Adorei a descoberta, apesar do medo, das expectativas todas e da vontade de ser logo a namorada dele. Casinho nunca foi meu forte.
Com ele eu vivi uma história. Nada de amor platônico, proibido ou impossível. Vivi.
Foi dele que recebi as primeiras cartas* de amor. Muitas. A primeira delas tinha algumas palavras que normalmente ele não usava. Ninguém normal usava, na verdade. Descobri num livro, muito tempo depois, a dita. Todinha ali, só que impressa. A minha não, a minha tinha a letra dele que pra mim, era letra linda. Nela havia palavras como: apraz e amplexo.
“Sei que muito me apraz receber uma carta sua” hein??? Apraz! Corri pro dicionário pra apreender o “apraz”. Sinônimos lindos, e com eles fiquei: sentir prazer, deleite. Eu já era uma safada e não sabia.
“Um amplexo” terminava a dita cuja... Não, não... depois do amplexo, havia um: “de seu”. E depois dessa primeira carta, amplexo, apraz e “de seu” passaram a ser as mais lindas palavras da minha vida.
Não sei como foi o meu primeiro beijo, mas sei de todos eles, dos roubados no pátio da escola, na casa da irmã dele, no caminho do lugar onde eu morava, os com gosto de café. Ahhhh, café. Há décadas café pra mim é vida. Tá explicado. Tá na saudade!!
Os cadernos trocados. “Não consegui copiar a matéria toda, me empresta seu caderno?” Tudo papo furado, só pra procurar, nas anotações, uma frase pequena que fosse, só pra mim e que terminava sempre com um “te amo” ou “I love you” (hauhauahsusha)
Não sei qual foi o primeiro presente que ganhei dele, mas sei que ganhei vários: bombons, estojos de maquiagem, perfumes, anel...
Não sei quando perdi o anel de fivelinha que ele me deu, mas sei que ela, a fivelinha, me uniu a ele pra sempre, me amarrou de vez. Eu nunca esqueci meu primeiro amor e espero um dia reencontrá-lo pra um abracinho que seja. Segura peão!!!!.

Terceiro ato: o presente
Encontrei virtualmente o meu primeiro amor há dois anos, creio. Uma amiga nossa, ex-colega de sala, e que mora ainda lá onde namorávamos, armou o "nosso encontro". Foi lindo! rs Conversamos pelo msn e – juro – ele recordava de quase tudo que passamos juntos: das músicas, da forma como eu assinava meu nome, do endereço onde eu morava, e mais, e mais... O meu primeiro amor sempre terá de mim os melhores pensamentos, E sei que ele também tem, nas suas lembranças, a Zaninha aqui, aquele nosso tempo de amor adolescente, mas verdadeiro.
O meu primeiro amor é atualmente casado, parece bem casado e fiel, mas ó, se não fosse, eu bem viveria com ele o meu primeiro e último amor de anciã... ahhhh, viveria!
Porque não tô morta nem nada e aqueles abraços dele prometiam, ahhh prometiam.

Quarto ato: conclusão.
Esse texto tá meio desconexo, tem início, meio, mas não tem fim. É que o primeiro amor não tem fim!!

Quinto ato: porque o TOC exige (eu Se divirto).
Uma linda quinta-feira pra todos vocês, meus amores, pois nas quintas há sempre algo diferente no ar e hoje há saudade de um tempo em que eu era feliz e sabia.

* em 2009 eu escrevi uma carta pra ele aqui no Guaraná com Canudinho. É muito amor, Brasil!!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

REJV

Tema: Meu primeiro amor
Por Nina Reis


Há quem diga que meu primeiro amor foi quando estava bem pequenina e morava no Espírito Santo.
Calcularemos então:
- Senti arrepio?
- Coração acelerou?
- Fiquei com a bochecha vermelha?
Nananinanão. Então esse não foi o meu primeiro amor.
Estava eu “magra, linda, loura e modesta” toda saltitante na sala me preparando para o momento da prova. Sabem aquelas cadeiras coladas uma na outra formando uma fila grande? Era assim na segunda série do Marista. A professora ordenou que colássemos fila na outra e assim formaríamos a dupla para prova de ..... sei lá de que. Não importa. Quando viro pra certificar quem faria a prova comigo tchanãnãnã parece que tudo ficou em câmera lenta, pude analisá-lo por inteiro e perceber aquele sorriso de covinha mais lindo que eu já presenciei em toda minha vida. (tinha apenas 8 anos, mas posso garantir que foi “dêci jeitim que tô contando”). Lembro-me que fiquei admirada por alguns segundos e muito muito feliz e tinha certeza que ele era o meu primeiro amor

Resumindo hahaha

Esse amor totalmente platônico durou por mais de 6 anos, especificamente até a 7ª série do Marista. Garanto que não foi nada fácil, aliás, foi muito dolorido, porque quando disse logo acima que eu era linda é a mais pura mentira, me sentia o patinho mais feio do mundo e por isso precisava ser a garota mais legal do colégio já que a beleza não me favorecia. Fazia os melhores trabalhos pra ele sempre querer ser do meu grupo. Comprava balas chitas no recreio pra ele. Aprendi a jogar basquete pra ficar mais tempo ao seu lado. Fazia questão de chegar mais cedo só pra ajudar a faxineira da escola a limpar os quadros, para que ele percebesse como eu era muito legal. Comprei o presente mais caro da sala quando saí com ele no amigo oculto. Nada disso adiantou. Nunca tive uma chance, mas em compensação isso me fez perceber que não preciso ficar chamando atenção por ser uma boa pessoa, basta ser quem eu realmente sou.

Confesso que ainda sinto arrepio quando o encontro e olha que isso acontece muito esporadicamente, mas mesmo assim tenho tamanha felicidade em reencontrá-lo sempre.
Se eu pudesse fazer um pedido, queria muito ter a chance de dar ao menos um beijo no meu primeiro amor. Só pra tentar fazer com que ele sinta um pouquinho do que eu sempre senti por ele.

* Recordações eternas jamais vividas - esse título foi ideia da minha amiga Fernanda.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Meu primeiro amor

Tema: Meu primeiro amor
Por Rafael Freitas

Aos cinco anos de idade, Carlinhos já era apaixonado pela Edna do Seu Zé Porfírio e dizia que queria se casar com ela. Ele era muito novo para entender que cresceria e muitas coisas mudariam na sua vida, na sua cabeça e no seu coração. Exceto seu amor pela menina de cabelos pretos. Mês que vem completam 33 anos de casados. Têm três filhos, sendo que o do meio sou eu, e dois netos. Não se pode dizer que foi um caminho só de flores. Mas, se fosse, não seria amor.

Quando a gente é mais novo, se ilude tanto com pequenos romances... Ah, os adolescentes e seus diários, suas agendas recheadas! Os papéis de bala guardados, os recadinhos, o coração com as iniciais na capa do caderno, os bailinhos... Opa! Recadinhos amorosos nos papéis de bala e bailinhos eram coisas da minha adolescência! Hoje em dia deve ser tudo por mensagens no celular, emails, redes sociais.

Independente da forma como a paquera (já existe outra palavra que substitua? azaração? chaveco???) aconteça hoje, quando rola uma paixãozinha o comportamento é o mesmo: nervosismo, ansiedade, a certeza de que aquele é o único amor da vida. Gosto de analisar este comportamento. É bom saber que hoje lido melhor com isso.

Poucos namoricos e paixonites aconteceram antes do meu primeiro amor. Eu tinha quinze anos e pulei de cabeça, sem medo nem reservas. Para sentir aquele gelo na barriga quando encontrava meu amor na rua ou via seu carro passar. Para sair arrumadinho na sexta-feira, de barba feita, cheio de saudade para matar. Para fazer surpresas com pequenos presentes. Para ter os melhores beijos. Por mais de quatro anos.

Eu era feliz e sabia disso! E por mais que este amor não exista mais, não posso dizer que foi ruim. Eu aproveitei cada minuto ao lado do meu amor. Tudo o que sei de certo e errado sobre o amor, foi aí que aprendi. (A mentira foi a lição mais difícil e a mais dolorida.)

E nunca mais outro amor assim.

O fato é que estou confortável. Sem grandes emoções, mas também sem grandes chateações. Costumo dizer que algumas pessoas nascem para o amor, outras não. Estou no segundo grupo, cantando aquela velha canção: Saudade palavra triste quando se perde um grande amooooorrrr... Embora no fundo haja a esperança de que um dia ele chegue e quebre minhas pernas. E me faça comprar um diário e um pacote daquelas balas.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Reflitam

Tema: Meu defeito mais cômico
Por Taffa


As forças cósmicas conspiram. Contra mim, mas conspiram. Noutro dia fiquei preso num elevador e achei que morreria asfixiado. Foi um desespero cinematográfico tão ímpar que me daria, no mínimo, Oscar de melhor cena de pânico em lugares fechados. Gozado que logo de cara já fiquei sem ar e tive de reaprender a inspirar. Respiração cachorrinho, isso mesmo. Um, dois, três, inala, expira. Bom que já aprendi a técnica para quando ficar sem ar por conta de um grande amor e vou utilizá-la se estiver vivo até lá, porque, acredite, não ta fácil amar nesta vida.

Enfim, as luzes de emergência estavam acesas. Vermelhas, gente. Cabaré, oi? Por que os técnicos tendem a utilizar o vermelho para coisas emergenciais? Não podia ser algo mais clean, como o branco? Apenas para, adivinhem, colaborar e fazer a iluminação ser útil na sua serventia primária que é – ATENÇÃO – nos ajudar a enxergar, claro.

De volta ao clímax. O elevador. Sim, aquele cubículo que nos filmes é sempre maior do que na realidade. Era de metal ou de algo de resistência similar. Mas, acredite, quando se está preso num você acha que vai morrer e só. Não liga pra materiais utilizados na fabricação, nem se os cabos são de uma fibra forte o suficiente para levantar dez ou vinte vezes o seu peso. Só quer sumir. Só quer ser um x-men e se teletransportar dali, atravessar as paredes ou, no meu caso, ser panaca mesmo e deitar no chão. Não me julguem, por favor.

Então comecei a inventar modos de passar o tempo enquanto aguardava a normalização da coisa. Cantei músicas. Minto. Gritei músicas. Conhecem É o Tchan? Sim, né? Eu também, infelizmente. Pois é, aproveitei o embalo apocalíptico da coisa e comecei a berrar letras que vinham na cabeça. Saiu de tudo, até o momento em que, enquanto gritava pra descer na boquinha da garrafa, imaginei o elevador despencando e achei melhor parar por ali.

Rezei também. Nessas horas, todo mundo reza. Incrível. Pedi pra Nossa Senhora das Edificações me iluminar e fazer com que tudo ficasse bem e prometi que, no futuro, compraria um apartamento num andar alto só pra glorificar a sua existência. Sou prático e tenho aquele sonho de morar num arranha-céu, então já estou íntimo da santa. Agora somos Best Friends Forever. Ela falou que só preciso repassar uma quantia do meu condomínio para um pedinte na rua. Adoro essas entidades modernas.

Enquanto estava jogado no chão, em prantos, também comecei a organizar um testamento...

...minha cama box king size fica para o fulano, que já dormiu tanto lá em casa e sempre falou que gostava dela; meu armário eu quero que seja doado a uma instituição de caridade, o tanquinho de lavar roupas também; meu fogão fica para a vizinha de frente, tadinha, que até hoje não conseguiu comprar um e é super fofinha comigo, além de me chamar pra assistir seriados na casa dela sempre que possível...

...até que surgiu uma luz no fim do túnel. Uma solução que modificaria tudo e me colocaria de volta no mundo dos homens. O interfone, Brasil. Aquele botãozinho que fica ao lado dos botões dos andares e que tem a função de chamar o porteiro. É claro que eu não havia percebido, me perdoem, estava muito ocupado morrendo. Ressuscitei e o pressionei. Funcionou. EMOÇÃO. O porteiro atendeu e eu clamei por socorro hospitalar, psicológico, psiquiátrico – com aquele lindo do Marcelo ex-bbb -, terapia ocupacional e fisioterapia, porque, claro, precisava readquirir minha coordenação motora.

O porteiro prestativo disse que o imprevisto havia acontecido porque o eletricista sem querer tocou na chave geral do bloco onde eu estava. A energia havia acabado por alguns segundos, mas já tinha retornado. Perguntei por que a luz de emergência ainda estava acesa e eu continuava preso entre os andares e ele comentou que era uma trava de segurança do elevador e que eu precisava apenas apertar o botão do andar de novo, assim como estava aparecendo no painel. “Painel?” Eu perguntei, no exato momento em que olhei para o visor onde os andares são mostrados e li um “Por favor, pressione qualquer tecla para sair do modo de segurança”.

Queria morrer. Lá estava eu, de volta ao nosso plano e cogitando subir de novo até o último andar e pular de cabeça. Não mereço passar por situações assim. Agradeci ao porteiro e apertei o botão do térreo. Tal foi a minha surpresa quando o elevador ligou, moveu-se por dois segundos e parou de novo, já no destino. Eu estava o tempo todo a um metro de onde queria chegar. A um passo da liberdade e eu ali, sofrendo. Imaginem a manchete: morre garoto dentro de um elevador e as causas ainda são misteriosas, ou pior, dez anos depois o espírito do menino ainda assombra o edifício. Não acredito que estou fadado a uma eternidade assim, melhor ficar vivo e por aqui mesmo.

Enfim, toda essa história foi apenas pra ilustrar que o meu defeito mais cômico é, sem sombra de dúvidas, o melodrama. Meu exagero na hora de contar o que acontece comigo. É mais forte do que eu e sempre acabo floreando a coisa porque gosto de transmitir as mesmas emoções que tive durante os fatos ocorridos. Muitas vezes também tenho reações dramáticas – até mesmo via MSN – porque, convenhamos, não tem acontecido nada de tão relevante na minha vida ultimamente e, na verdade, posso pular num rio hoje que só em Julho vão começar a sentir minha falta. Falo sério, Calcanhotto me entenderia. Enquanto isso, vou ali preparar algo pra comer, porque tá frio, não tenho um cobertor de orelha e se eu não for lá, não vai ficar pronto sozinho.

Um beijo;
Brant, o mártir e sofredor de bullying guaranístico.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quem somos???

Tema proposto: meu defeito mais cômico
Por: Rosana Tibúrcio, Aninha e o defeito cômico

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Oi, gente, estão com saudades de mim? Sou eu, a Aninha, tô de volta.

Ontem eu cheguei na casa de Tia Rosana e ela tava bastante encafifada, resmungando. Eu perguntei o porquê (eu sei distinguir os porquês da vida, Tia Rosana me ensinou, tá bom?) e se podia ajudá-la. Afinal, fui lá só pra buscar mais um pacote de pirulito de açuquinha.
É, ela tem um amigo (acho que é namorado) que vive indo pra BH. Mas não é disso que eu tava falando (é papo pra outro post, diria a Tia).

Voltando: ela me disse então que precisava fazer um texto pro Guaraná com Canudinho sobre um defeito dela que fosse cômico.
-Ué, Tia Rosaninha, você tá com dificuldade de escolher um dos defeitos? Perguntei, dei uma risadinha marota e só fiquei esperando a reação. Ela me olhou de banda e saiu andando. Resmungando. Eu pensei: taí um defeito dela que é engraçado. Ela é resmungona, mas é uma querida, também (não posso queimar meu filme, senão ela não providencia mais pirulitos pra mim).

Rapidinho ela voltou e me disse: nem é isso Aninha, sei que tenho milhares de defeitos, mas onde já se viu um defeito engraçado? O que é engraçado pra mim, não é defeito. O que é defeito meu e engraçado pros outros, é bullyng, ué. Ondé que ele arrumou ideia pra esse tema? Continuou a Tia resmungando.

Num é que a Tia Rosana tinha razão? Eu perguntei pra ela – já sabia do esquema daqui do blog pra escolha dos assuntos-: foi aquele orelhudo? pensando que pudesse ter sido o Dumbinho.
Foi ele não, ela disse em meio a muitas risadas. Rimos muito.
Ah, então foi aquele cabeça de vento? O novinho de cabelos brancos, que você disse só podia ser por conta da neve que caia em cima de tanta frescura, né Tia? Rimos muito, de novo... e falei pra Tia Rosana que já estava curiosa pra saber qual o defeito dele era mais cômico.
Tô doida pra ler o que ele vai revelar. Tomara que não seja nada proibido pra menores, né Tia Rosana? Uma vez você me disse que o blog deveria ser censurado de tão indecente que tava.

Bom, esse foi o nosso papo.

Tive então uma ideia e falei: por que você não me deixa escrever o post de amanhã, Tia Rosana? Eu sei de um defeito seu que é muito, mas muito engraçado. Posso? Ela disse que sim.
E eu falei pra ela: vou precisar de sua máquina, eu preciso tirar uma foto dele.
- Dele o quê, Aninha?
- Do seu defeito mais engraçado Tia.
Fui lá pegar a máquina – sei onde tem tudo na casa da minha Tia - e pedi pra ela ficar parada.
Por que parada? Onde tá meu defeito mais cômico Aninha?
- Ué, tá no seu corpo, Tia...
- EU NÃO ACREDITO ANINHA!!! Foi a última coisa que eu ouvi. Dei um jeito de ir embora pra minha casa correndo.

Tô tão cansada, gente!!! O que eu corri, cês não tão entendendo!!!

Tive que escrever meu texto aqui em casa, liguei pra Marininha e pedi pra ela postar pra mim, já que eu tava com medo de Tia Rosana. Mas perguntei também à Laurinha se a Tia ainda estava muito zangada comigo e se queria que eu postasse, falando de um defeito dela. Prometi às meninas que não colocaria nenhuma foto – também, não deu tempo pra tirar – e que só deixaria uma pista. Se alguém descobrir, bem, se não, amém. Vai lá!!!
Com vocês agora, o defeito (na verdade são dois) mais engraçado de Tia Rosana, um deles vai falar com vocês.

Oi, Aninha, oi pessoas. Faço parte, quer dizer, fazemos parte, meu irmão e eu, de dois grupos de cinco. Ou seja, nós existimos pra fazer Rosaninha feliz, por causa de um dos TOCs que ela tem. 
Porém, pra ela que gosta de tudo organizado e simétrico (outro TOC), nós, que naturalmente deveríamos ser assim, não obedecemos a essa regra e saímos desordenados. 
Deveríamos ser, em ordem de tamanho, o primeiro menor abaixo do maior, pois somos os segundos do grupo de cinco. Mas não, por defeito de fabricação, apesar de estarmos no segundo lugar da fila, somos os primeiros em tamanho. 
Quem somos?

Sei que parece difícil, meninos, mas tenho que, de certa forma, me desculpar com Tia Rosaninha e não facilitar muito pra ninguém. Afinal, tadinha, por alguns segundos, quando eu disse que o defeito mais cômico dela estava no corpo, tenho certeza que ela fez uma lista grande de todos eles (brincadeirinha, Tia Rosaninha, você é linda e ó, eu não aguento correr mais). 
Um beijo pra todos e dois em especial pros meninos fofos daqui do Guaraná com quem fiz umas piadinhas, mas é porque acho vocês dois muito fofinhos, uns queridos.
Até a próxima e obrigada
Aninha.


Uma linda quinta-feira pra todos vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há duas questões: qual o meu defeito mais engraçado? Há defeito engraçado? Hein? Hein?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Deixa comigo...

Tema: sobre minha profissão
Por Nina Reis
Quem sugeriu o tema
deve estar de brincadeira
pois sabia com certeza
que quarta seria besteira
Posso estar enganada
em tentar afirmar
que meu pior defeito
é não parar de rimar

Quando não se tem texto
garanto com certeza
a rima vem como fuga
como meio de defesa

Tem gente que gosta
e tem gente que critica
uns me acham engraçada
outros que só tenho titica

Não quero esclarecer
e muito menos opinar
que esse meu defeito
pode dar o que falar

Espero de coração
que gostem do meu texto
por que rima vez ou outra
faz bem pra qualquer leitor

auahsuashashusa
Obs.: preciso contar pros novos leitores que sempre termino com palhaçada, ou seja, sem rima.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Defeituoso

Tema: meu defeito mais cômico
Por Rafael Freitas

Definitivamente, autoconhecimento não era sua principal virtude. Não se entristecia porque, algum dia, um psicólogo poderia lhe dar uma ajudinha com isso.

Sabia que era um cara simpático, educado, chorão e... Era só isso que sabia. Ah, claro: também sabia que era ciumento. Não do tipo que briga por isso, mas daquele tipo que, chateado, vai se consolar com o travesseiro.

Um belo dia, foi questionado sobre seus defeitos. Qual seria o seu defeito mais cômico? Mas defeitos não são engraçados. Manias é que são! E começou a perguntar para alguns amigos.

Uma amiga disse que achava engraçado o jeito que ele repara e critica a roupa das pessoas, os detalhes, o corte, o tipo de tecido. Incoerência da sua parte, claro, já que ele defende a ideia de que cada um deve fazer o que gosta, do jeito que gosta, sem se importar com o que os outros vão falar.

Um outro amigo enumerou alguns:
poderia ser aquela mania de assobiar o tempo todo. Mas isso não chega a ser defeito, mesmo quando o assobio se intensifica: sinal de que ele está estressadinho. Ou o fato de cumprimentar todos na rua, mesmo os desconhecidos. O que também não parecia defeito. Poderia ser a incontinência urinária, mas defeitos de fabricação não entram na brincadeira. E este amigo concluiu: a gula era o defeito mais cômico! O jeito de comer pela terceira vez, se deleitando, elogiando ao mesmo tempo em que dizia não aguentar mais. Preocupou-se, então, porque todo fim de semana ele almoça e janta na casa desse amigo! Que vergonha!

A mãe desse amigo (que é a cozinheira culpada pela sua gula) disse uma vez que ele estava “defeituoso” por causa de uma certa novela. Era impossível falar com ele enquanto a bendita não acabava. Parecia que não tinha outro assunto! E, de fato, quando ele assiste novela, um filme, ou está folheando alguma revista, fica difícil ter sua atenção.

Quando perguntou ao seu irmão mais novo, ele respondeu com um clichê adorável: todo mundo tem defeitos e qualidades. Opiniões de irmãos são sempre suspeitas.

Ele, por ele mesmo, achava que, para quem convivia com ele em situações de estresse e chateação, deveria achar engraçado a tromba derrubada, como dizia sua mãe quando ele era criança. Ele emburra fácil. Ainda mais que, sendo tão falante, quando emburra é perfeitamente notável! Sua mãe e o mesmo amigo que o considera guloso vivem dizendo que ele fica engraçado quando estressadinho. Taí. Era um sinal.

Pensou mais um pouco, mas não quis perguntar para mais ninguém. Porque, com certeza, muitos outros defeitos apareceriam. E o que é pior: poderiam não ser cômicos!

Ser fútil, guloso, noveleiro, estressadinho e emburrado já estava de bom tamanho!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fala sério.

Tema: meu defeito mais cômico
Por Laura Reis



Eu simplificaria esse post numa frase: Eu não tenho defeitos. Viu? Foi engraçado.
Mentira.
O que eu quis dizer com isso foi... enfim, não sei.
Talvez que eu [querer] ser engraçada seja um defeito, porque assim eu raramente falo coisas a sério. E isso.. bem, alguns dizem que atrapalha.
[acrescente o título do meu último post aqui]

sábado, 4 de junho de 2011

Cada um no seu quadrado

Tema: sobre minha profissão
Por Nina Reis

Nessa quarta feira que passou, um cliente babaca* me ligou e eu disse pra ele que minha profissão era a minha vida e que por tão pouco (pra muitos e tão muito pra mim) faria algo tão baixo pra acabar de vez com minha reputação. Fiquei por 15 minutos explicando pra ele o meu profissionalismo, o amor pela profissão e mesmo depois de dar uma gargalhada escutando tamanha besteira, disse também que sempre exijo respeito do meu cliente e que jamais aceitarei ser ofendida por ninguém.
Faz um bom tempo que trabalho com massagens e não consigo me imaginar em outra profissão. Seria pretensão demais eu dizer que sou muito boa no que faço? Acho que não, afinal, faço com amor, aliás, muito amor.
Doar e receber energia, escutar e falar sobre milhares de assuntos, chorar e dar risadas por N motivos, faz com que minha profissão nunca caia na rotina e isso é um tempero e tanto pra querer “me aposentar” nessa área.

Já passei por diversas situações constrangedoras, fui cantada e recebi algumas propostas, mas nunca cai em nenhuma armadilha (graças a Deus). Preciso ressaltar que também já enfrentei diversas tentações (tipo Paulo Zulu) e mesmo assim nunca abri mão de ser a melhor profissional sempre.
Às vezes penso em fazer cursinho e tentar passar em algum concurso, mas peraí, como seria Marina Reis atrás de uma mesa? Melhor nem imaginar. Não consigo.
Há quem diga que é moleza fazer o que eu faço. Então tá, faça um técnico ou uma faculdade, estagie, comece ganhando 10 reais por 1 hora de massagem e fique meses arrancando cabelos tentando imaginar como conseguirá pagar suas contas, daí você me diz se é moleza ou não exercer a profissão de esteticista e massoterapeuta. Ok?
* esse cliente disse que estava muito cansado, precisava de massagem no pé. Depois pediu desculpa pela indiscrição e perguntou se os meus clientes homens ficam excitados quando recebe massagem (calma, não foi só isso não, não choquem) daí ele disse assim: olha só Marina, por favor, não leve a mal, não quero que transe comigo, mas seria possível você fazer um carinho depois da massagem? Tipo, uma punheta? (agora podem ficar chocados). Nessa hora me assustei tanto que comecei a rir compulsivamente, de nervo é claro.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Workaholic não, apenas centrado

Tema: sobre minha profissão
Por Taffa

Eu sou filho primogênito de recém-casados, ou seja, já tinha tudo pra ser mimado. Só que perdi o trono e a realeza para as duas irmãs que logo chegaram e tomaram conta do pedaço.

Não tive um começo de vida tão dramático assim, admito. Nunca precisei trabalhar em lavouras de cana-de-açúcar ou engenhos, mas não me sentia satisfeito em ganhar cinco reais do meu pai todo sábado, pois era a única hora da semana em que podia arriscar e pedir algum tocado.

Por isso comecei a trabalhar. No início em áreas distintas, mas, por afinidade, acabei optando por tecnologia. Já tive diversos cargos, todos relacionados a ambientes de desenvolvimento e criação, mas sempre junto a um microcomputador, meu fiel companheiro em todos os momentos.

Hoje tenho vinte e três anos e, embora formado em Patos de Minas, completo neste mês um ano morando em Uberaba. Atualmente sou analista de sistemas júnior e trabalho numa empresa que gerencia serviços de tecnologia da informação e comunicação para a prefeitura e demais secretarias, departamentos e entidades públicas da cidade. Faço parte de uma equipe de análise e desenvolvimento de sistemas para Internet e trabalhamos criando, implementando e atualizando programas que funcionam em ambiente on-line.

Curiosamente, o tema da semana caiu justamente numa época em que o meu superior está de férias, portanto tive de tomar a frente da equipe e estou coordenando não apenas o meu, mas também o trabalho de meus colegas de desenvolvimento.

Pretendo continuar na empresa com o intuito de adquirir mais experiência, mas não almejo ficar aqui para sempre. Aliás, curso uma especialização e assim que terminá-la, desejo trabalhar como professor em instituições educacionais de nível superior.

O plano de começar um mestrado também existe, apesar dos pesares. Só decidi, por enquanto, dar um passo de cada vez, para que eu continue a me ambientar com diferentes núcleos de trabalho e profissionais que entro em contato todos os dias.

O que almejo não é pouco e o que alcançarei ainda é imprevisível. Porém, quero fazer o possível para que ao término de alguns anos, quiçá decênios, eu possa refletir e ter a certeza de que progredi, não me arrependendo ou remoendo de ter ficado pra trás observando o tempo, que mesmo lento para alguns e rápido demais para outros, possui sempre a mesma característica: não para.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Miss ABNT*, vamos combinar

Tema: sobre minha profissão
Por: Rosana Tibúrcio
**
Sei que reclamo, às vezes, de minha profissão – aliás, eu sempre me pergunto se tenho profissão –, mas ó, na boa, tenho minhas razões pra reclamar. Quando o negativo vem, vem com tudo!!!

Porque, francamente, cliente preguiçoso, normalmente tem orientador incompetente e tenta fazer com que eu piore o meu jeito de trabalhar “pode ser de qualquer jeito”, dizem e aí eu meio que viro bicho e respondo: "meu bem, não consigo fazer mal feito. De qualquer jeito, faça você." E esse cliente preguiçoso que normalmente tem orientador oficial incompetente não quer dizer, necessariamente, que é ruim pra pagar no final das contas... rs, ou do trabalho. Agora, quando um cliente carrega essas três facetas eu quase cometo um crime.

Mas... ó, peraí, abre parênteses, cês sabem que tem mãns, mais e más??... (hahauahsa uma piada de quando eu era jovem, um dia se eu conseguir, eu conto)... maaaassss... na maior parte do tempo, eu sou de boa com minha profissão. Gosto bastante de conhecer pessoas tão distintas umas das outras e muitas delas, gente boa...

Mês passado, por exemplo, eu tive um cliente de Brasília, pra quem fiz um trabalho de formatação e revisão geral de uma dissertação de Contabilidade, que era uma piada. Falávamos ao telefone e o que a gente ria, não tava escrito. Sabe quando bate uma empatia? Adorei trabalhar pra ele. Correto pra pagar, um fofo!!

Há dois meses, mais ou menos encontrei outra cliente do Rio de Janeiro – que ainda é cliente, devo trabalhar pra ela depois do dia quinze de junho, que é uma graça também, além de generosa. Assim que ela me descobriu e, por e-mail, pontuei o quê eu poderia fazer no trabalho dela, em termos de pitacos, normatização e revisão, ela me respondeu, noutro e-mail, com a canção “avião sem asa...sou eu, assim sem você” e assim ocorreu em vários outros e-mails. Como ela é professora de música e eu formatei dissertação de música pra ela, era com as canções que ela me mandava pensamentos positivos e carinho. E outra, um dia inda saiu com essa: "Rosana, vou te pagar uma taxa de manutenção." hauahaushsa E pagou!!! rs Ela é um anjo.

Houve também um garoto daqui de Patos, mês de maio, muito ansioso, pensou que não conseguiria fazer nada, mas fez, é inteligente, atento, disposto e, no fim do projeto de Administração, fizemos um bom trabalho. Eu orientando, o orientador dele participando de forma muito bacana e ele extremamente gentil, dedicado, um bom menino.

Há, por agora, uma cliente que é um doce de pessoa. É pra ela que vou trabalhar o resto dessa semana e mais um pedaço da outra. Um doce e filha da mulher que faz os melhores salgados de Patos, a mãe dela abastecia os aniversários das meninas quando eram crianças e algumas reuniões de quando eu trabalhava no Banco. Essa cliente confia no meu trabalho, em mim e sem nenhuma linha revisada e formatada da monografia de Saúde Pública, me pagou metade do valor que eu cobrei.

Por conta de clientes como esses é que eu ainda permaneço nessa profissão, por conta de trabalhar com várias disciplinas, gente de todo lugar do país - mas todo lugar, mesmo - e, ainda, conhecer diversos temas é que acredito e afirmo que há nela coisas melhores do que piores. Claro que se fosse o contrário eu, provavelmente permaneceria também, porque é o que sei fazer, é o que temos pra hoje. Mas melhor que seja assim.

Não sei se vocês observaram, mas muito do que eu gosto e aprecio em cliente vem ligado à forma com que ele age em relação ao pagamento do meu trabalho. Cliente que paga direito, no tempo certo é cliente bom... se tem ainda, bom-humor, dedicação, disposição,  confiança... é pra matar a gente de feliz e fazer com que eu coloque em mim, sim, a faixa de Miss ABNT - que o filhote Rafa, quer me atribuir - com muita honra.

*Título sugerido por Rafa - esse meu lindo!!!
** a foto foi tirada no tempo em que minha sala do micro tinha aqueles tacos velhos e feios, mãns hoje, apesar dele tá lindo, eu tô sem tempo pra fotos atuais, cês me perdoam, né?  perdoa paixão... undererê, não, não, não, não, não... (hauahaushs eu SE divirto). 

Uma linda quinta-feira pra vocês, minhas gentes, pois nas quintas há algo diferente no ar e hoje há, além das normas, tabelas, sumários, ciência da pesquisa, a constatação de que em cada profissão escolhida ou vivida, tem algo positivo, é só garimpar.